"TARAUACÁ: TERRA DA MULHER BONITA E DO ABACAXI GRANDE"
ALGUÉM DUVIDA...
Foto: Nylson Designe Oliveira
Uma interrogação inquieta estudiosos e curiosos: qual o
segredo do “Abacaxi Gigante de Tarauacá”, que insiste só nascer em uma pequena
região? A fruta guarda, segundo colonos, cerca de cem anos de história entre a
população do Vale do Tarauacá. Há 28 anos começou a ser cultivada em
experimentos comerciais – e há 15 tem garantido a sobrevivência de pelo menos
quinze famílias da região do Projeto de Assentamento Tarauacá, onde abriga a
mancha de solo perfeita para a espécie.
A região que produzia o ananá, como é conhecida a fruta
popularmente se concentrava no Igarapé Preto, não muito distante do centro da
cidade. Ali, o pasto substituiu aos cultivos, que se transferiram para o PA
Tarauacá.
Quatro
vezes campeão do Festival do Abacaxi de Tarauacá por produzir a maior fruta,
João Ferreira da Silva, o “João Cobra”, já apareceu em programas nacionais
narrando a saga do ananá. Mas ,pouca coisa se sabe. Ao longo dos últimos 28
anos, ele e o grupo de produtores acabaram desenvolvendo práticas que
melhoraram a produção e mantiveram o tamanho da fruta. Uma das dicas de
produção de um bom ananá é colocar açúcar no "filhote" a ser plantado
e potencializar o sombreamento com pés de mandioca.
Nos
dois anos que leva para produzir a fruta, as alas devem ser capinadas pelo menos
quinze vezes. "É uma cultura melindrosa", conta o agricultor que
assim como vários outros consegue uma renda média de R$ 400 por mês plantando e
vendendo a fruta no mercado de Tarauacá. João possui atualmente 4,5 mil pés,
sendo que 1,5 mil estão em franca produção.
No
total, são cerca de 10 toneladas por produtor ao ano, em média.
Levando-se em conta o número de colonos dedicados à cultura, a produção atinge
perto de 120 toneladas anuais. Os maiores, que chegam a 18 quilos, são vendidos
a preços que variam de R$ 10 a R$ 15.
O
plantio vai de setembro a dezembro e a colheita poderá ser feita em 24 meses.
Se vai ser abacaxi grande, só a atenção dispensada à cultura dirá. "Tem de
estar na plantação todo dia. Toda hora tem que estar vendo alguma coisa",
diz João Cobra. Atualmente, os plantios estão sendo prejudicados por um pequeno
pássaro de cor escura, apelidado de Pierre. A ave faz buracos na fruta para
comê-la, tornando-a inadequada para o comércio.
Com
a melhoria dos ramais e o asfaltamento da BR 364, muita coisa melhorou para os
produtores do PA Tarauacá, especialmente quanto à questão do transporte.
Um
bom abacaxi pode produzir doze litros de suco. "O segredo do Abacaxi
Gigante é dar o trato certo e cuidar", diz João Cobra. Em outras palavras:
"trabalho, trabalho e muito trabalho", resume.
Por:http://www.agencia.ac.gov.br
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