QUANTO VALE A VIDA?
Por algumas
vezes já me deparei com situações que me fizeram e ainda me fazem pensar nessa
questão. A vida tem preço? E se tem, quem tem direito, autoridade ou coragem de
colocar? Será a vida coisa tão banal a ponto de ter preço, ou ao contrário, de
tão importante é necessário que se estipule um valor?
Vi um
representante de uma empresa farmacêutica fazendo a divulgação dos seus
produtos, com uma habilidade impar para conversar, para explicar todas as
vantagens que colocam o seu produto à frente dos concorrentes. O seu material
de divulgação muito bem feito. Papel da mais alta qualidade, envernizado, cores
chamativas.
Todo mundo
tem que ganhar a vida. Mas até que ponto pode-se chegar? Não seria um pouco
injusto colocar preço na vida de um monte de gente para ganhar a própria? E uma
vez colocado o preço só restam duas opções, pagar pela única coisa que
realmente é sua por direito ou esperar que o governo pague por você e lhe dê
mais uma chance de continuar vivendo.
Essa semana,
no Pará, uma gestante de gêmeos em trabalho de parto não conseguiu atendimento
nem no Hospital das Clínicas nem na Santa Casa de Misericórdia de Belém, e
acabou por perder seus 2 bebês. Segundo a diretora do hospital a UTI neonatal
já estava com mais pacientes do que a capacidade e por isso não pode aceitar a
paciente. Quanto valeram essas duas vidas? Talvez o valor da pretendida divisão
do estado.
Por
todo o Brasil tem gente morrendo por falta de assistência, por falta de
segurança, por falta de respeito. Por todo o Brasil, a todo momento, tem gente
mendigando um pouco de dinheiro, um pouco de água, mesmo que suja, um pouco
mais de vida. Por todo o Brasil, a todo momento, em reuniões secretas ou
abertas, ordinárias ou extraordinárias, tem gente negociando vida e morte.
Quanto vale
a vida? Vale um assalto, um aumento de salário, uma curva a 120 por hora, uma
dose letal de uma droga salvadora, uma pedra de crack, uma manobra arriscada em
um avião, vale um karma ou uma crença?
Por: luizfernandocsilva.blogspot.com.br/
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