EM
NOITE DE REBELIÃO E INCÊNDIOS, RIO BRANCO
TEM MAIS DE 10 MORTES EM 24H
Em certos momentos, policiais precisaram conter familiares que buscavam informações sobre detentos em frente ao presídio (Foto: Quésia Melo/G1)
A capital do Acre, Rio Branco,
teve a noite de quinta-feira (20) marcada por incêndios, rebelião no presídio e mortes. O subcomandante da Polícia Militar, coronel
Ulysses Araújo, informou que ao foram ao menos 10 mortes confirmadas, quatro
delas em decorrência da rebelião no presídio Francisco d'Oliveira Conde, e os
outros crimes em diferentes bairros da capital. Uma cabeça foi encontrada.
Araújo destaca que praticamente todos os mortos teriam ligação com facções
criminosas.
"É uma guerra interna
entre eles, mas que infelizmente afeta a população também. Ao término da
operação, foram encontradas duas pistolas e um calibre 12. As armas estavam em
posse dos presos, os outros detentos que foram agredidos alegam que as armas
foram entregues pelos agentes penitenciários, mas isso ainda está sendo
investigado", explica o coronel.
Além disso, nesta sexta-feira (21), deve haver uma
operação mais intensa no presídio e também nas ruas. "Conseguimos
recolocar os presos nos pavilhões de duas celas, mas provavelmente teremos
algum trabalho de organização", explica.
Ocorrências
Na rebelião, quatro detentos morreram, três no momento da ação e um no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), para onde foram levados 19 feridos. Uma escola foi incendiada no bairro Quinze e uma casa no Aroeira. Além disso, nove mortes foram registradas.
Na rebelião, quatro detentos morreram, três no momento da ação e um no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), para onde foram levados 19 feridos. Uma escola foi incendiada no bairro Quinze e uma casa no Aroeira. Além disso, nove mortes foram registradas.
Briga de facções no Acre
Desde domingo (16), o Acre registra
uma onda de execuções que,
segundo o secretário da Segurança, Emylson Farias, tem
ligação com a briga entre duas facções rivais. O estopim dessa
guerra aconteceu na noite de terça-feira (18), quando
ao menos 25 criminosos de um grupo organizado armaram uma emboscada para matar presos do semiaberto
ligados a uma facção rival. Quatro pessoas foram feridas e apenas um criminoso
preso.
O ataque aconteceu na Unidade Prisional 4 (UP-4),
quando os presos voltavam para dormir na unidade. No dia seguinte, o
governo acionou 500 homens do Exército, destes 200 ficaram em
Rio Branco e o restante em cidades da fronteira. Além disso, os 380
da chamada "Papudinha" foram liberados do pernoite até esta
sexta-feira (21).
O presídio Francisco d'Oliveira Conde (FOC) também
registrou um início de motim na quarta-feira (19). O motim
iniciou no pavilhão I, conhecido como "Chapão", onde ficam os
sentenciados. A assessoria do Iapen confirmou que um grupo de
presos começou a bater nas grades e a gritar, mas a situação foi contida a
tempo. A visita íntima foi suspensa devido ao ataque registrado na noite
anterior.
Na quinta-feira (20), uma
briga durante o banho de sol no FOC deixou um ferido em Rio Branco. A Secretaria de
Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) informou que os presos usaram estoques
durante a confusão no pátio da unidade.
No mesmo dia, durante a entrega de marmitas no
presídio, os
presos se rebelaram e tomaram conta de três pavilhões da FOC.
Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na unidade e,
inicialmente, conseguiram retomar os pavilhões L e K. O Pavilhão J foi o último
a ser controlado. Após a rebelião, em coletiva, o
governo afirmou que dois carcereiros foram presos sob suspeita de fornecer
armas para presos atuarem no complexo.
No total, quatro presos morreram. Um chegou a ser
socorrido no Hospital de Urgência e Emergência, mas não resistiu. Além disso,
19 ficaram feridos.
Fonte: g1.globo.com/ac/acre
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